Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi imperador francês (Napoleão I), oriundo da Córsega, Ajácio. Filho de um advogado, Carlos Bonaparte e de Letzia Romolino, iniciou os estudos nas escolas militares de Brienne e Paris. Colocado no Cerco de Toulon, ocupado pelos ingleses, ascendeu ao posto de comandante da artilharia (capitão de artilharia), tornando-se decisivo na conquista da cidade. Devido a esta façanha, foi promovido a general de brigada e responsável pela arma de artilharia do exército enviado a Itália.Em 1796, ao comando deste exército, dirigiu a memorável campanha onde saiu vitorioso em Montenotte, Castiglione, Arcole e Rivoli, apoderando-se do norte do país.
Em 1797, na expedição ao norte Africa, Egipto, sai vencedor na Batalha das Pirâmides, no entanto, a Armada francesa é derrotada pela frota inglesa. Dois anos mais tarde, regressa à França, onde é objecto de admiração geral, e por meio de um golpe de estado, toma o poder, sendo nomeado primeiro-cônsul e, mais tarde, cônsul- vitalício. Durante este período, reata relações com a Santa Sé, assinando a Concordata de 1801, em que subordina a Igreja Católica ao Estado, mantendo o clero na sua dependência. Também neste período cria um novo sistema monetário, um novo Código Civil, funda a Universidade, etc. No final de 1804, faz-se coroar Imperador pelo Papa Pio VII, seleccionando para o Conselho de Estado as mentes mais brilhantes independentemente da origem ou do partido a que pertenciam.
Como Imperador, fez nascer novas lutas, obtendo vitórias: venceu os austríacos em Austerlitz, os prussianos em Iena e os russos(e o Czar Alexandre I) em Friedland. Em 1912 foi, no entanto, derrotado na Rússia, e um ano mais tarde os exércitos Russo, austríaco e prussiano vencem-no em Leipzig, invadem a França e obrigam-no a abdicar. Retira-se, então, para a ilha de Elba, de onde regressa em 1815 para o que seria apelidado de “governo dos cem dias” numa campanha triunfal que o leva a Paris. É vencido e preso pelos ingleses na Batalha de Waterloo, exilando-se na ilha de Santa Helena (Atlântico Sul) a té à sua morte.
Invasões à Península Ibérica
Primeira invasão
A primeira invasão francesa a Portugal inscreve-se, por um lado, no plano de Napoleão para impor o Bloqueio Continental a toda a Europa e, desta forma, derrotar o Reino Unido; por outro lado, enquadra-se na dinâmica expansionista da França Napoleónica.
Comandadas por Jean-Andoche Junot, as tropas francesas entraram em Espanha no dia 18 de outubro de 1807, atravessaram a Península e chagaram à fronteira portuguesa no dia 20 de novembro. Sem resistência, chegaram a Abrantes no dia 24, a Santarém a 28, e finalmente a Lisboa no dia 30. A família real e a corte tinham fugido para o Brasil, no dia anterior, em navios britânicos. Portugal estava agora entregue a uma Junta de Regência provisória com ordens para não resistir. Em nosso auxílio veio, um ano depois, uma força britânica liderada por Arthur Wellesley (futuro Duque de Wellington) que desembarca em Portugal e avança sobre Lisboa. O exército anglo-português consegue derrotar os franceses nas batalhas de Roliça e Vimeiro, forçando a Convenção de Sintra.
Segunda invasão
A segunda invasão ocorreu enquanto ainda decorria a primeira invasão e foi liderada pelo Marechal Nicolas Jean de Dieu Soult. Napoleão havia forçado a abdicação de Carlos IV de Espanha e do seu herdeiro, o príncipe Fernando, dando o trono espanhol ao seu irmão José Bonaparte. Os espanhóis revoltaram-se, encontrando o apoio imediato dos ingleses estacionados em Portugal. Sob o comando de John Moore, os britânicos atravessaram a fronteira norte de Portugal mas foram derrotados na Corunha pelo Marechal Soult, e forçados a regressar a Portugal. Os franceses imediatamente ocuparam o norte do país, chegando ao Porto a 24 de Março. De novo, teria de ser Wellington a expulsar os franceses do norte do país. Ajudado por William Carr Beresford, primeiro Visconde Beresford, os portugueses e britânicos derrotaram Soult na Batalha do Douro, reconquistando o Porto a 29 de Maio e forçando os franceses a retirar para a Galiza.
Terceira invasão
A terceira invasão francesa foi o último esforço da Guerra Peninsular em solo português. Em 1810, comandados pelo Marechal André Massena, os exércitos franceses invadiram de novo no norte do país, conquistando Almeida em Agosto e partindo rapidamente em direção a Lisboa. O exército de Massena encontra os britânicos e portugueses na Batalha do Buçaco onde perdem, mas, reagrupando rapidamente, flanqueiam as forças anglo-portuguesas e marcham para a capital. Os exércitos aliados, regressam também rapidamente ocupando os seus postos nas famosas Linhas de Torres Vedras, um sistema defensivo brilhante montado pelos britânicos com a ajuda da população local. Os franceses chegam às Linhas a 14 de Outubro e são desastrosamente derrotados e forçados a fugir do país.